Temos dois candidatos milionários em Indaial. Um terceiro, a caminho. O problema estaria na órbita privada deles se, claro, não disputassem cargos públicos e o assunto, portanto, interessar a todos.
Nós eleitores temos que ficar atentos. Até porque é muito comum você encontrar gente que tem como profissão ser vereador, “não largando o osso”. Vejamos.
O salário bruto de um vereador em Indaial é de R$ 6.239,39.
Hamilton Cunha (PMDB): começou na vereança em 1997 ficando até 2000. Voltou
a ser vereador na eleição de 2012. Foram oito anos na política. Sua outra ocupação é ser sócio de uma Rádio Comunitária, o que por si só já é uma contradição (rádio comunitária ter sócios). O candidato à vice de Hamilton Cunha, o vereador Henrique Fritz dedica-se a vida de vereador desde 1987, acumulando quase vinte anos. Entre 2008 e 2016, o patrimônio de Cunha passou de R$ 121.920,00 para R$ 308.920 (2008) e agora, R$ 1.010.245,13. Entre 2012 e 2016, o patrimônio do candidato aumentou em 229,94%, ao passo que se tomarmos 2008 como referência, o patrimônio aumentou em 736%.
Anderson Batata (PP) teve sua primeira eleição para vereador em 2000. Desde então, ficou de fora entre 2005-2008, voltando em 2009. São dozes anos na política. É vereador e serventuário da Justiça, onde seu contracheque último foi de R$9.200 reais, mais R$ 3.300,00 de diárias (só neste ano, já soma R$ 11.340,00 em diárias, conforme transparência pública). Em 2008, o patrimônio declarado a justiça eleitoral era de R$ 99.500,00. Em 2012, foi declarado um valor de R$ 372.912,55. Em 2016, o valor está em R$ 1.018.181,12. Entre 2012-2016, aumento de 173,03%. Entre 2008 e 2016, 923,30% de aumento no patrimônio.
O neófito é André Moser, marinheiro de primeira viagem, com quatro anos na política. É advogado, além de vereador. Em 2012, declarou patrimônio de R$ 161.860,61, onde se destaca um terreno na Avenida Brasil com tamanho de 5.623,25m² a uma bagatela de R$ 50.000,00. Em 2016, quatro anos depois de sua primeira vitória eleitoral, acumula R$ 488.778,46, com destaque para os imóveis: Terreno localizado na Avenida Brasil (R$ 65.000,00), um apartamento financiado na Rua dos Atiradores (R$ 252.520,00); e um terreno urbano em Balneário Marisol em São Francisco do Sul (R$ 25.000,00). Entre 2012 e 2016, seu patrimônio teve uma elevação de 201,97%.
O P
adre Célio, então, só foi do claustro. É alguém outsider, uma estratégia ligada à vergonha que o PT local tem de si, Partido. Seu patrimônio declarado a justiça eleitoral é de R$ 27.000.00. Refere-se a uma BMW 2007.
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A questão é complexa. Talvez, seria uma atitude justa e transparente que a Justiça Eleitoral checasse os bens e valores declarados a luz do preço de mercado, aquilo que vale se o proprietário efetuasse uma venda a vista, no caso de um imóvel, por exemplo.
Segundo a lei, feita por políticos, não é crime “mascarar” dessa forma as declarações. Mas, já é um bom indicativo do caráter do candidato (a), além de ser uma questão sobre como declaram impostos.
Isto por que se checarmos, algumas informações podem ficar estranhas ao preço de mercado. Vejamos.
Em relação a BMW do Padre Célio, de R$ 25 mil, o valor é de R$ 67 mil, conforme o mesmo indica na descrição do bem, apesar de apresentar o valor menor.
No caso de André Moser, é quase uma loucura acreditar no metro quadrado mais barato de Indaial, na Avenida Brasil, com 5.600m² custando “apenas” 50 mil. Uma consulta a qualquer site de pesquisa sobre imóveis vai mostrar um terreno no fim da Avenida Brasil, com 1000m² custando no mínimo 200 mil reais. Imóveis na Rua dos Pioneiros, indicado com 257 mil reais financiados, tem valores de mercado que variam de 450 mil a 800 mil reais. Tinha 35 mil em depósitos, agora, 106 mil reais.
Batata tem um imóvel, no bairro estradas das areias, com 1636m² com casa de alvenaria de 236m² indicado no valor de 380 mil reais. O que chama a atenção na declaração enviada a justiça eleitoral é o aumento em valor depositado em contas. Em 2012 eram menos de 100 mil reais. Atualmente, chegam a 500 mil reais.
Em relação a Cunha, não dá para acreditar que o imóvel em terreno no Carijós tenha apenas 100 mil de valor. Ou que o apartamento na rua castelo Branco, com 145 metros quadros, seja mais barato que Minha Casa Minha Vida longe do centro. Um apartamento na Rua Castelo Branco, daquele tamanho, não são por menos de 300 mil reais. E, apesar de não indicar o endereço do imóvel em Balneário, 109 mil reais?Novamente, chama a atenção para o aumento expressivo no patrimônio em espécie, dinheiro, em contas bancárias. Eram 40 mil reais em 2012, são 500 mil reais agora.
Tenho certeza de tais dúvidas e questionamentos são da ordem democrática e faz parte do esforço de sistematizar informações sobre quem é quem, para além da foto na urna.
Quer dizer, no fim, todos estão maquiando suas contas. O patrimônio real desses candidatos seria bem maior, caso pequenos subterfúgios de uma lei fajuta não fossem trivial.
Isso porque a prática é generalizada na política. Vejamos o caso dos candidatos a vereador que disputam a reeleição.
O Calinho Mandel declarou 220.553,78 reais; O vereador Lindomar Linder o Alemão declarou bens em 161.000,00, com casa no Rio Morto valendo 55.000 reais. A vereadora Aurora declarou 155.128,20 reais, sendo apartamento no Bairro das Nações por 20.000 reais e terreno em Penha com 312m@ por 9.776 reais.
O vereador Fink declarou bens em um total de 871.828,74 reais. Terreno no Colina Verde por 40.000 reais; apartamento no centro de Balneário Camboriú por 250.ooo reais; terreno na Rua Atiradores de 1348 com uma fração ideal do terreno,com apartamento por singelos 145.000 reais.
O Klock declara patrimônio de 345.000 reais. O candidato Pelé declara 205.500 reais, onde aponta um imóvel em terreno de 450 metros² com casa no Bairro das Nações por 50.000 reais. Tá barato demais! Parece piada, mas o patrimônio declarado a justiça eleitoral do vereador Santo Antônio é de 59.540 reais.
No mais, gostaria de saber quem são os corretos de imóveis desses candidatos, para ver se eu consigo valores tão em conta.
A fonte para a pesquisa: http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-2016/divulgacao-de-candidaturas-e-contas-eleitorais
o_tropicante_tropical 
Keli
12 de setembro de 2016
Sugiro um estudo melhor de como funciona a declaração de bens a Receita Federal antes de publicar um texto desses.
Fica a sugestão de leitura desse site: http://economia.uol.com.br/imposto-de-renda/duvidas/como-atualizar-o-valor-do-imovel-na-declaracao-de-ir.htm
mcubiak
12 de setembro de 2016
Olá estimada visitante.
Não vejo problemas em suscitar o debate. Se por ventura algo foi indevido, aponte. Indiquei que a lei permite, mas, convenhamos, é um subterfúgio para políticos, com crescimentos consideráveis de patrimônio, por sinal. Como disse, não é ilegal.
No mais, todas as informações são públicas.
Além do mais, continua a questão: considerando os valores de mercado de muito dos imóveis indicados e cruzando com o período em que foram adquiridos apresentado na declaração, ainda assim são abaixo do preço real.
A grande questão é o aumento dos patrimônios, cuja população deve acompanhar. Crescimentos expressivos de patrimônio precisam sempre de esclarecimentos.Essa coisa de gente pública intocável é mais um dos muitos privilégios da política.
Quando políticos tem crescimento de patrimônio, em quatro anos da ordem de 200%, dá vontade de checar.
Vale um bom debate em tempos eleitorais, né?
Keli
12 de setembro de 2016
Veja bem, deve constar na Declaração de Bens dos candidatos os mesmos bens que constaram na Declaração Anual do Imposto de Renda (exceto se teve atualização no ano). Pq há o cruzamento com os dados da Receita Federal.
Por isso os valores não batem com os praticados pelo mercado no caso dos imóveis, por exemplo.
Não dá para se fazer uma definição de caráter baseada nesses dados, já que a lei os obriga a agir de tal maneira.
Alberto
12 de setembro de 2016
ola pessoal, seria muito simples ou ate cômico se nós mesmos não nos auto analisarmos. Vejamos qual de nós não mascara de alguma forma as próprias contas ou patrimônio para deixar recolher o tão suado Imposto de renda, ou mesmo as taxas e impostos sobre a propriedade ou circulação de moeda. É hipocrisia de certa forma julgarmos os outros, quem sejam, se nós mesmos o fazemos.
mcubiak
12 de setembro de 2016
Olá visitante. Vc fala por você. Eu desaprovo essa atitude.
Joe
13 de setembro de 2016
O político que demonstra má fé assim na declaração já demonstra seu caráter. Nada justifica sonegar imposto. Independente da carga tributária, se há discordância, ela deve ser resolvida dentro da lei. Caso contrário, todo mundo sempre terá suas razões para burlar a lei. Inclusive os políticos para enriquecer ilicitamente…